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E Agora?
As tabernas eram o reino triste dos homens; aí, nas longas noites de Inverno, jogavam eles às cartas ou contavam à escassa luz dos candeeiros, o trocado que lhes sobejava nos bolsos. Pipos garrafas e copos, um balcão corrido, alguns bancos, duas ou três mesas coxas, uma "mercearia" onde se comprava sempre menos o essencial - assim eram as tascas, espaços acanhados, envoltos numa quase ausência de luz que enchia de sombras os recantos e vincava rugas nos rostos.
Dr. Paulo Ramalho, in Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor
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Linho
Os trabalhos do linho (que assumiam particular importância nas freguesias de Pombeiro da Beira e S. Martinho da Cortiça) eram, desde a sementeira à confecção final do vestuário, uma das poucas actividades económicas exclusivamente femininas. Entrar no mundo do linho era entrar no reino branco das mulheres. As transmutações quase alquímicas porque a planta passava até adquirir o estatuto definitivo de "tecido fino" associavam-se inevitavelmente a uma simbologia de pureza; e as mulheres eram as guardiãs desse segredo.
Dr. Paulo Ramalho, in Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor
| ![]() Carvoeiros
Apesar das grandes manchas de castanheiros nas encostas viradas a Norte, a Serra do Açor foi durante muitos séculos uma região de matos baixos, relativamente desarborizada e continuamente percorrida por enormes rebanhos de gado. As cabras se encarregavam de controlar a altura do tojo e da urze e minimizar assim os riscos de incêndio.
Dr. Paulo Ramalho, in Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor
"Vi minha mãe fazer carvão No sol ardente de Agosto Para dar aos filhos o pão Com o suor do seu rosto.
Dos pobres era o ouro fraco;
António Santos Vicente in "Vida e Tradição das Aldeias Serranas"
Relojoeiros
Os relojoeiros dedicavam-se ao fabrico e instalação de relógios de torre, nas igrejas. Nas suas deambulações pelas aldeias levavam, em pequenas maletas, as ferramentas indispensáveis ao seu ofício. Aproveitavam também para fazer concertos simples de relógios de pulso ou de parede, em casa de clientes ocasionais; quando os trabalhos eram mais complicados traziam-nos consigo para se lhes dedicarem com vagar nas suas bancas.
Dr. Paulo Ramalho, in Tempos Difíceis - Tradição e Mudança na Serra do Açor
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